Japonês da Federal é preso em Curitiba

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O agente Newton Ishii, conhecido por escoltar investigados da Operação Lava Jato, foi preso pela Polícia Federal nesta terça-feira (7), condenado por facilitação de contrabando a quatro anos e dois meses de prisão em regime semi-aberto.

Para ter direito ao regime –que impõe o recolhimento apenas à noite ou então ou uso da tornozeleira eletrônica–, Ishii obrigatoriamente tem que ser recolhido. Por isso está detido na Superintendência da PF do Paraná, a mesma que abriga detidos da Lava Jato.

Segundo a Folha apurou, o modo como ele cumprirá o semi-aberto não foi determinado até o momento.

A pena dele pode ser reduzida a oito meses, ou seja, a um sexto do total, já que o agente é réu primário. Desse modo, ele cumpriria oito meses de prisão. Como Ishii já ficou quatro meses detido anteriormente, restariam mais quatro meses de detenção.

O mandado de prisão foi expedido pela Vara de Execução Penal Justiça Federal de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Em 2003, quando estava lotado na cidade –e onde cometeu o crime, ao facilitar a entrada de mercadoria contrabandeada do Paraguai–, ele já havia sido preso pelo mesmo caso.

O processo contra Ishii tramitava no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e transitou em julgado, ou seja, ele não tem mais possibilidade de recorrer da decisão. Em março, o tribunal decidiu renovar a prisão do agente, remetendo os autos para Foz.

O agente é chefe do Núcleo de Operações da Superintendência da PF do Paraná e responde pela logística e escolta de presos para locais como IML, penitenciárias e audiências na Justiça. Por aparecer com frequência ao lado dos presos da Lava Jato, se notabilizou como um dos “símbolos” da operação.

Com a condenação, porém, ele deve ser afastado da Lava Jato e pode ser demitido da PF.

FAMA

O agente já foi homenageado com marchinha e máscara de carnaval, boneco inflável e até conto erótico.

As aparições também fizeram com que ele fosse afastado das operações nas ruas desde o início do ano.

Em fevereiro ele fez uma visita ao Congresso Nacional, em Brasília, e tirou selfies com políticos como Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

Na época, o japonês tinha planos de se lançar na política concorrendo a um cargo de deputado. Com filiação em negociação com alguns partidos, decidiu voltar atrás por problemas familiares e pressão da própria corporação, que se queixou que ele estava se expondo demais.

Desde então, adotou uma postura mais discreta, evitando até mesmo aparições públicas.

Sua prisão gerou piadas na internet, como a montagem abaixo em que aparece sendo preso por ele mesmo.

Da redação do BLOG do Emanoel Cordeiro/Folha de São Paulo