Movimentos sociais e sindical do campo realizam ocupação simultânea na sede da Secretaria Estadual de Educação de Pernambuco

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Representantes do Movimento Sindical Rural (Fetape e Sindicatos dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais) e dos Movimentos Sociais (MST, Comissão Pastoral da Terra, Pastoral da Juventude Rural e Quilombolas) realizam, neste momento, Ato em Protesto ao Descaso do Governo do Estado com a Educação do Campo. Eles estão ocupando, simultaneamente, a sede da Secretaria Estadual de Educação (SEE), no bairro da Várzea, no Recife, e as Gerências Regionais de Educação (GREs) de Caruaru, Garanhuns, Limoeiro, Afogados da Ingazeira, Salgueiro, Araripina, Petrolina, Floresta, Palmares e Arcoverde. Eles denunciam que 9 mil alunos dos ensinos Fundamental e Médio, nas três regiões do estado, estão sem aula há três meses. 

Os manifestantes, que reivindicam uma reunião, em caráter de urgência, com o secretário estadual de Educação Fred Amâncio, explicam que 500 turmas do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA Campo/Educação Básica) estão sem aula porque, desde março, o Governo do Estado não realiza o pagamento dos condutores dos transportes escolares (terceirizados), que paralisaram suas atividades e, por isso, os educandos não têm como chegar às escolas.  Isso sem contar a falta de infraestrutura, que tem prejudicado a execução do Programa, a exemplo de merenda escolar precária, falta de material didático e de expediente, dentre outras questões. 

De acordo com o vice-presidente da Federação, Paulo Roberto Rodrigues Santos, as reivindicações sobre Educação do Campo construídas pela Fetape, movimentos sociais e organizações não governamentais, e que integraram a pauta do 5º Grito da Terra Pernambuco, entregue ao Governo do Estado no primeiro semestre deste ano, não tiveram ainda nenhum retorno.

“Há dois meses, foi enviado um ofício solicitando uma reunião com o governador Paulo Câmara, para demandar questões do Programa EJA Campo, mas também não tivemos resposta. Diante dessa falta de diálogo, estamos provocando um retorno do Estado sobre as nossas demandas”, explica Paulo Roberto, complementando: “Outra questão é que temos professores que estão concluindo contratos e, em função de uma lei estadual, não podem  continuar nas turmas em que ensinam. Diante disso, é preciso fazer a reposição desses profissionais, e não temos informações, por parte do Governo, de como isso será feito”.

Ele também chama a atenção para a questão da formação continuada dos professores. “Queremos que, pelo menos a cada módulo dessa formação, possamos ter um momento de construção coletiva, e o estado, até agora, não se posicionou sobre essa ideia”, conclui o vice-presidente da Fetape.

Da redação do BLOG do Emanoel Cordeiro/Ascom Fetape