SARGENTO E CABO DA PM QUE FORAM FILMADOS AGREDINDO MULHER NA RUA SÃO AFASTADOS DO TRABALHO POR 120 DIAS

Um sargento e um cabo da Polícia Militar que foram filmados agredindo uma mulher no meio da rua, em Primavera, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, foram afastados provisoriamente, por 120 dias, de qualquer trabalho na corporação. A punição foi publicada, nesta terça (18), no Boletim-Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS).

Os PMs foram flagrados por câmeras de celular dando socos e tapas em NADIANE KÊNIA DA SILVA RAMOS, 25 anos, no sábado dia 15 de abril. As agressões aconteceram na saída de uma festa em um clube da cidade. A vítima informou que teve dificuldades para registrar o boletim de ocorrência.

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Na segunda-feira, dia (17), novas imagens mostraram as agressões por outro ângulo (veja vídeo acima). No mesmo dia, a SDS pediu o afastamento dos policiais e apontou que apontou que houve um ato incompatível com a função pública.

Segundo a SDS, o afastamento do terceiro sargento Ademir Sena e do cabo Elias Rafael pode ser ampliado por mais 120 dias, caso seja necessário para concluir as investigações.

Ainda de acordo com a secretaria, durante o período de afastamento, os militares ficarão sem armas e carteiras de polícia. Eles devem apenas assinar o controle de presença. No entanto, continuarão a receber os salários.

A SDS determinou que o 21º Batalhão, onde os PMs estão lotados, recolha, em 24 horas, documentos e armas do sargento e do cabo.

A portaria de número 1.994 foi assinada pela secretária de Defesa Social, Carla Patrícia Cunha. O documento também afirma que um processo administrativo-disciplinar foi aberto para apurar a conduta dos militares.

No boletim, a SDS informou que a solicitação foi feita com base no artigo 2 da lei estadual Nº 11.929/01, que trata do código de disciplina dos militares.

Após as investigações, o caso dos PMs vai ser encaminhado para o Conselho de Disciplina. Caso fique comprovado, ao longo da tramitação do processo, que eles descumpriram o código de conduta dos militares, a corregedoria poderá pedir a expulsão deles da corporação.

A reportagem tentou contato com a associação que representa policiais militares para saber como será feita a defesa deles.

Entenda o caso

Nadiane Kênia da Silva Ramos contou que havia ingerido bebida alcoólica e estava caminhando na rua com o irmão, quando teve a sensação de que estava sendo perseguida;

Por isso, se aproximou de uma viatura policial para pedir ajuda;

Nadiane disse que se apresentou aos policiais como ex-companheira do sargento reformado da Polícia Militar João José Soares, conhecido como João da Kombi, de 61 anos, que foi assassinado a tiros na cidade, em fevereiro de 2022.

Ela disse a eles que, na ocasião, também foi baleada, mas sobreviveu.

Nesse momento, segundo ela, um dos PMs a xingou, desceu do carro e começou a dar socos nela.

Nas imagens, é possível ver Nadiane conversando com os policiais sentados no banco dianteiro da viatura.

Logo depois, o vídeo mostra um dos agentes dando socos e tapas na cabeça da vítima, que tenta se proteger com as mãos.

Enquanto sofre as agressões, a mulher acaba sendo empurrada na direção do outro policial, que dá um tapa no rosto dela.

Ainda segundo Nadiane, após as agressões, um dos agentes lançou spray de pimenta nos olhos dela.

Com hematomas no corpo, ela disse que foi socorrida por moradores que passavam pela área e voltou para casa.

Da redação do BLOG RADAR DE NOTÍCIAS – EMANOEL CORDEIRO/G1/O POVO COM A NOTÍCIA