Ao anunciar reajuste do Bolsa Família, Temer diz que benefício não é para durar ‘até o resto da vida’

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O presidente interino Michel Temer anunciou um reajuste de 12,5% para o Bolsa Família nesta quarta-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto,conforme antecipado pelo colunista do GLOBO Lauro Jardim. Pouco antes de ser afastada, a presidente Dilma Rousseff havia anunciado um aumento de 9%, que não foi formalizado. O reajuste rebate uma das principais críticas da petista, que dizia mesmo antes de deixar o Planalto que Temer cortaria “até 36 milhões” do programa. Temer também ressaltou que o Bolsa Família “não é para durar até o resto da vida”, mas que é necessário, enquanto houver extrema pobreza.

– O Bolsa Família não é para durar até o resto da vida – disse Temer, ao completar:

– Enquanto houver extrema pobreza é preciso ter programas dessa natureza.

O reajuste médio de 12,5% está sendo anunciado hoje para já ser pago no mês de julho. Serão reajustados os benefícios de 13.805.497 de pessoas. Em junho, o governo gastou R$ 2,2 bilhões com o programa.

Com o decreto, haverá aumento do benefício da linha de extrema pobreza – que passa de R$ 77 para R$ 85 – e pobreza – R$ 154 para R$ 170. A folha de pagamento passará de R$ 2,23 bilhões para R$ 2,5 bilhões.

O presidente interino disse também que o primeiro direito social do cidadão é o emprego, contrapondo-se aos discursos de Dilma, que não era tão enfático ao falar de duração do Bolsa Família. O ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, também ressaltou que o programa deve pensar em “emancipação”, e acusou o governo afastado de ter “esvaziado” a área social por causa de “desacertos na economia”.

– É um problema também de emancipação. Não pode ser um sonho das pessoas viver no Bolsa Família e não é. É uma maneira de atendê-las na emergência de suas vidas, para que não passem fome – afirma Osmar Terra.

O Bolsa Família não era reajustado há dois anos. Em maio, ainda como presidente, Dilma havia anunciado um aumento de 9%, o que não foi concretizado.

– Foi prometido no primeiro de maio e não foi dado – disse o ministro, e completou: – É uma preocupação concreta. Não só discurso que não acontece, mas sim discurso com resultado concreto – atacou, também falando em “desacertos econômicos” da petista.

Da redação do BLOG do Emanoel Cordeiro/Agência O Globo