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ASSOCIAÇÃO AMAS

ESPECIALISTAS APONTAM MACHISMO ESTRUTURAL E FALHAS NA EDUCAÇÃO COMO FATORES LIGADOS À MORTE DE MENINA ESPANCADA EM ESCOLA

A morte de Alícia Valentina, de 11 anos, após ser espancada por colegas dentro da escola municipal onde estudava, em Belém do São Francisco, no Sertão do estado, pode ter sido motivada pela recusa da menina em “ficar” com um colega de escola, segundo o boletim de ocorrência registrado por uma tia da garota.

De acordo com o documento, Alícia foi agredida por quatro meninos e uma menina, após recusar se relacionar com um deles. A irmã da vítima, que também estuda na Escola Municipal Tia Zita, onde o crime aconteceu, foi quem contou à tia a possível motivação do ocorrido.

Segundo profissionais de educação e psicologia, reflexões sobre machismo estrutural e adultização das crianças são necessárias para expor e debater problemas que ultrapassam os muros da escola e podem ter influenciado o desfecho trágico que atingiu Alícia.

Embora a idade dos estudantes que participaram da agressão contra Alícia não tenha sido informada oficialmente, a mãe da vítima diz que um dos jovens tem entre 13 e 14 anos.

Para Cláudia Costin, especialista em políticas educacionais, a escola falhou em deixar as crianças envolvidas no caso sem o acompanhamento de adultos responsáveis. De acordo com ela, há uma “adultização” no comportamento destas crianças.

“Nós estamos adultizando as crianças. Uma criança de 10, 11 anos ficar com a outra e, ao serem frustrados, matar a coleguinha, ou mesmo que não chegasse a matar, espancar. Há algo de muito errado em tudo isso. É importante que a educação assuma seu papel por meio da escola, mas também que a sociedade encare isso como inaceitável”, disse Cláudia Costin.

Na avaliação do psicólogo Quíron de Pontes, a violência que tirou a vida de Alícia não pode ser vista como um episódio isolado, mas sim uma reprodução de dinâmicas sociais.

Alícia Valentina, de 11 anos, foi agredida por colegas, na quarta-feira (3), dentro da Escola Municipal Tia Zita, em Belém do São Francisco, no Sertão de Pernambuco. Ela chegou a ser atendida em uma unidade de saúde do município e em outra na cidade de Salgueiro, também no Sertão, mas precisou ser transferida para o Hospital da Restauração, no bairro do Derby, área central do Recife.

Na sexta (6), a direção da escola divulgou uma nota de pesar e afirmou estar acompanhando o caso junto às autoridades competentes. O comunicado prestou solidariedade à família da criança e apontou que a instituição acionou a equipe pedagógica.

Na noite do domingo (7), a menina não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital da Restauração, no Recife.

No atestado de óbito de Alícia, consta que a causa da morte foi “traumatismo cranioencefálico produzido por instrumento contundente”. Isso significa que, provavelmente, a menina foi atingida na cabeça com algum objeto.

DA REDAÇÃO DO BLOG DE NOTÍCIAS – EMANOEL CORDEIRO – DRT 2378 DRT-PE/JORNALISTA REG 6896 MTPS – PE/G1/IMAGEM:CNN BRASIL/SIGA O RADAR NO INSTAGRAM https://www.instagram.com/radardenoticiasbr